História dos Satélites

A idéia dos satélites de telecomunicação apareceu pouco depois da segunda guerra mundial pelo então oficial de radar Arthur C. Clarke, mais tarde conhecido por seus livros de ficção científica. A idéia original propunha no seu artigo enviado à revista Wireless World a colocação em órbita de três repetidores separados de 120o sob a linha do equador a 36000 Km de altitude (geoestacionário). Estes repetidores teriam a finalidade de realizar a comunicação de rádio e televisão a toda parte do globo. Apesar de Clarke ter formalizado a idéia sugerindo o seu uso na área das comunicações, Newton já havia sugerido em seu livro ‘Philosophie naturalis principia mathematica’ o lançamento de um satélite artificial através de um canhão. 
Devido à falta de tecnologia para o lançamento de tais equipamentos (através de foguetes), o exército americano fez os primeiros experimentos de propagação de radiocomunicações entre 1951 e 1955 utilizando a lua, um satélite natural, como refletor passivo. Os experimento não obtiveram sucesso devido a grande distância existente entre a terra e a lua e a falta de tecnologia para trabalhar com sinais de baixíssima amplitude e SNR 
O primeiro satélite espacial, o Sputnik 1, realizou a primeira experiência de transmissão e recepção de sinais do espaço. O Sputnik 1 simplesmente enviava para Terra sinais nas freqüências de 20 e 40 MHz, o que provava a possibilidade de uma comunicação à longa distância. 
Apesar dos russos terem sido os primeiros a lançarem um satélite espacial, a história  destinou a voz do presidente  Eisenhower o lugar da primeira voz a ser retransmitida do espaço. Tal voz continha mensagens de feliz natal e foi transmitida de um gravador contido em um foguete. Dizem os historiadores que a opinião pessoal de Eisenhower era que o espaço teria pouca utilidade prática. Este gravador podia armazenar mensagens para retransmiti-las mais tarde, dando origem aos chamados satélites de retransmissão diferida. 
Somente no final de 1960, com a troca das baterias por células solares realizou-se uma retransmissão de dados enviados da Terra. O satélite militar Courier 1B podia armazenar e retransmitir até 68000 palavras por minuto. 
A partir de 1960, conclui-se que a utilização de satélites artificiais era a melhor opção para as comunicações, sendo abandonado os experimentos dos satélites naturais. Pretendia-se que eles fossem como as torres de repetição de microondas existentes no sistema telefônico. 
Assim, o primeiro satélite de comunicações verdadeiro foi lançado em 1962, chamado de Telstar 1. Este satélite tinha órbita baixa e foi o primeiro satélite de utilização comercial, patrocinado pela American Telephone and Telegraph. 
A partir disto, vários outros satélites foram lançados a fim de realizar testes, aperfeiçoamentos e comunicações intercontinentais como forma de atrair atenção e mercado. Dentre eles constam o Telstar 2, Relay 1, Relay 2, Syncom1 e Syncom 2. O Syncom 3 destaca-se por ter realizado, ao vivo, a retransmissão dos jogos olímpicos de 1964.
Em 1965 é lançado o Intelsat , mais conhecido como Early bird com 240 circuito telefônicos que apesar de ter sido projetado para funcionar 18 meses, permaneceu em operação 4 anos. 
Depois de 1965, com o crescente mercado em expansão, verificou-se que os projetos foram ficando cada vez mais especializados e voltados para países isolados. Assim aconteceu com o Canadá através do Anik, Espanha através do Hispasat e os EUA com sua rede de satélites de defesa DSCS (Defense Satellite Communications System), FLTSATCOM (Fleet Satellite Communications System) e o AFSATCOM (Air Force Satellite Communication System). Como não podia deixar de ser, mediante a época da Guerra Fria, a URSS desenvolveu sua série de satélites Molniya que tiveram um impacto econômico, social e político muito grande por unificar a o imenso estado soviético tão diversificado através televisão (primeiro PB e depois colorida) e do telefone.  
Ressalta-se que nesta época, década de 70, as antenas de comunicação com os satélites tinham 12 m de diâmetro e requeriam elevada potência. Por este motivo eram realizadas somente em estações que distribuíam os dados captados localmente. 
         No início da década de 80 as antenas ainda possuíam 7 metros e de lá para cá o desenvolvimento não parou tanto no tamanho quanto nas formas de transmissão/recepção além da compactação dos dados visando a economia de banda (onde se lê banda pode ser lido meio circulante).

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